Em meio à escalada da tensão entre Venezuela e Guiana, o presidente Lula mandou o ministro da Defesa, José Múcio, redobrar a atenção com a segurança das fronteiras entre o Brasil e os dois países.
A ordem foi dada durante reunião entre eles na sexta-feira (8/12), no Palácio da Alvorada, na qual também trataram sobre agendas de Lula com militares e projetos de interesse da Defesa que tramitam no Congresso.
Na conversa, segundo fontes do governo, Lula deixou claro a Múcio que não pretende dar qualquer autorização para o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, invadir a Guiana por meio do território brasileiro.
O presidente disse ao ministro da Defesa que continuará defendendo uma solução pacífica para a disputa entre os dois países, algo que o ditador da Venezuela não parece muito disposto a aceitar.
No último fim de semana, o ditador realizou um referendo no qual os venezuelanos aprovaram a anexação de Essequibo, região rica em petróleo que representa mais de 70% do território da Guiana.
Maduro, porém, terá dificuldades para invadir a Guiana diretamente. Isso porque a fronteira entre os dois países é formada principalmente por selva, o que atrapalha o deslocamento de tropas e veículos blindados.
Já a fronteira do Brasil com a Guiana tem vegetação menor, o que tornaria mais fácil a invasão do Essequibo pela Venezuela. Para isso, porém, Maduro precisaria da autorização de Lula.
A pergunta de Lula a Múcio
Na reunião no Alvorada, o presidente da República perguntou ao ministro da Defesa se a segurança da fronteira entre Brasil e Venezuela estava reforçada. Múcio respondeu que sim e apresentou os dados a Lula.
Nos últimos dias, o Exército brasileiro decidiu antecipar o envio de 16 veículos blindados para a fronteira com a Venezuela e aumentar o efetivo de militares que fazem o patrulhamento da região.
Nesse cenário, como noticiou a coluna, integrantes da cúpula militar brasileira preveem que a Venezuela invadirá a Guiana pelo mar, e não por terra. A avaliação, porém, é que os Estados Unidos reagirão.
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