O Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) encerrou 2023 registrando um prejuízo recorde, de acordo com dados preliminares divulgados na sexta-feira (12/1).
Segundo a autoridade monetária americana, o Fed teve déficit de US$ 114,3 bilhões no ano passado, ante um superávit de US$ 58,8 bilhões em 2022.
Na prática, isso significa que, em 2023, as despesas do Fed ficaram acima das receitas em US$ 114,3 bilhões. Em 2022, as receitas haviam superado as despesas em US$ 58,8 bilhões.
De acordo com o Banco Central dos EUA, o resultado negativo se deve, principalmente, ao aumento nas despesas com juros, que se mantiveram em patamar elevado no país para combater a inflação.
No ano passado, o Fed desembolsou US$ 281,1 bilhões para instituições financeiras, ante US$ 102,4 bilhões de 2022.
Já os juros obtidos com os títulos que o Fed possui somaram US$ 163,8 bilhões, ante US$ 170 bilhões do ano anterior.
O Fed paga juros a bancos e outras instituições financeiras para que eles mantenham recursos na própria instituição. Por outro lado, a autoridade monetária se autofinancia por meio dos juros que recebe com os títulos que detém, além dos serviços que presta aos bancos.
Juros e inflação nos EUA
Atualmente, a taxa básica de juros da economia americana está no maior patamar em mais de duas décadas. Na última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), em dezembro, a taxa foi mantida na faixa entre 5,25% e 5,5% ao ano. Foi a terceira reunião seguida na qual os juros não mudaram.
Nas últimas 15 reuniões do Fomc, houve elevação dos juros em 11 e manutenção da taxa em quatro. A elevação dos juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação.
Dados divulgados na quinta-feira (11/1) pelo Departamento do Trabalho do governo americano mostram que a inflação no país terminou 2023 em 3,4%, na comparação anual.
O resultado veio acima das estimativas dos analistas, que eram de 3,2%. A meta de inflação nos EUA é de 2% ao ano.
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