Amigos e familiares da psicóloga de 29 anos, vítima de dengue no Distrito Federal, homenagearam a jovem na noite dessa sexta-feira, com uma missa no Guará I. A celebração ocorreu na Paróquia São Paulo Apóstolo, comunidade que ela participava. Alice Arruda tinha 29 anos, morava na região administrativa e morreu em decorrência do tipo hemorrágico da doença, na última semana.
Os pais de Alice estão inconsoláveis. Os irmãos, incrédulos com a morte da moça. “Sempre teve o dom da palavra, do aconchego. Amava escutar e dar conselhos, não foi à toa que desde cedo escolheu a psicologia como profissão. Era incrivelmente apaixonada pelo que fazia. Se formou em 2020 na UnB e, desde então, sua atuação foi focada na área infantil, atendendo crianças especiais com Transtorno de Espectro Autista (TEA). Cuidar e orientar essas crianças fazia os seus olhos brilharem”, descreveram os irmãos de Alice, em um texto encaminhado ao Metrópoles.
A reportagem teve acesso ao atestado de óbito de Alice, que classifica a dengue como a causa da morte. Apesar de o óbito ter ocorrido em 19 de janeiro, o último boletim epidemiológico não contabiliza a psicóloga como uma das vítimas. Segundo a Secretaria de Saúde, a área técnica pode levar até 60 dias para incluir um óbito no boletim.
Outras paixões
Cruzeirense apaixonada, entre as metas estipuladas para 2024 estava assistir um jogo do time com a família no Mineirão, em Belo Horizonte (MG).
“A banda mexicana RBD também era sua paixão de criança e agora, em novembro de 2023, teve a oportunidade de realizar o sonho de assistir aos shows de reencontro do grupo no Rio de Janeiro”, completam os irmãos.
“Muito amada e querida por todos, muito amiga e não media esforços para ajudar o próximo, sem esperar nada em troca. Se desdobrava para se fazer presente. A sua jornada foi curta, mas muito intensa. Sempre cercada de amigos e pessoas que a admiravam. Com certeza não será fácil seguir sem ela, mas Alice deixou um legado de amor, cuidado e dedicação que carregaremos para sempre”, finalizam os familiares.
Cenário da dengue no DF
Até o momento, a Secretaria de Saúde reconhece, oficialmente, apenas três mortes pela doença no Distrito Federal. Ceilândia é a região administrativa com maior incidência de dengue, com 3.963 casos.
DF é a região com mais casos proporcionais de dengue. Veja ranking
Outro óbito recente — também ainda não notificado pela Secretaria de Saúde — é de um paciente que estava internado no Hospital Santa Lúcia, na Asa Sul. O empresário Felipe Francisco de Carvalho Marín morreu, aos 33 anos, às 20h25 de quinta-feira (25/1), com o quadro de dengue hemorrágica.
Felipe chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), recebeu atendimento, mas não resistiu.
Emergência
Em função do quadro grave na cidade, o Governo do Distrito Federal declarou situação de emergência na saúde pública. A medida autoriza o Executivo local a comprar insumos, contratar serviços e profissionais por tempo determinado, e, assim, de forma mais rápida, conter o avanço dos casos.
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