Nossa personalidade influencia não só as nossas relações com as outras pessoas, mas também o funcionamento do corpo. Segundo cientistas britânicos, ela pode até aumentar o risco de morte precoce por doenças cardíacas.
O estudo, feito por cientistas da Universidade Queen Mary de Londres, foi publicado em 2023 na revista científica European Heart Journal.
Os pesquisadores descobriram que traços de personalidade neurótica são responsáveis por um envelhecimento do coração, tornando a musculatura mais rígida e propensa a riscos de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca.
O neuroticismo, também chamado de personalidade neurótica, é a tendência a controlar tudo e se preocupar que é comum a todos os humanos. Ela se manifesta em maiores ou menores níveis de irritação, preocupação excessiva, ansiedade, constrangimento e tristeza.
Os cientistas apontaram que quanto maiores os níveis de neuroticismo em alguém, maiores as chances de sofrer complicações cardíacas.
Como foi feita a pesquisa?
Os pesquisadores analisaram exames de saúde e testes de personalidade de cerca de 36 mil pessoas com idades entre 40 e 69 anos. Deles, 10 mil foram separados por ter pontuado acima de seis no teste de neuroticismo.
Proporcionalmente, eles tinham mais pressão alta, colesterol alto e diabetes que os demais participantes, ainda que as diferenças fossem na ordem de 1% entre os grupos.
Os cientistas apontaram que os exames de pessoas mais neuróticas mostravam um coração diminuído, com musculatura mais rígida especialmente na porção inferior esquerda, que bombeia o sangue saído do pulmão para todo o corpo.
A pesquisa não explica exatamente como o envelhecimento cardíaco acontece a depender da personalidade, mas os médicos sugerem que o excesso de estresse leva à atividade cardíaca constante, o que “gasta” e consequentemente envelhece a musculatura do órgão.
Impactos da personalidade na saúde
Em comunicado à imprensa, o professor Steffen Petersen, um dos líderes da investigação, indicou que a relação da má saúde cardíaca em indivíduos com neuroticismo dominante foi evidente até ao comparar subgrupos com outras condições que prejudicam a saúde cardíaca, como o alcoolismo.
“Mesmo quando levamos em consideração os fatores de estilo de vida, como tabagismo, alcoolismo, peso e idade, as pessoas com mais traços neuróticos parecem estar ligadas a sinais de envelhecimento cardíaco”, indica o cardiologista.
Para os médicos, esta descoberta indica a necessidade de pensar cada vez mais em conjunto a relação entre saúde mental e cardíaca e elaborar estudos futuros para entender o impacto de ambas.
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