Por: Jornalista Kelven Andrade
Nesta quarta-feira (03/07), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o Plano Safra 2024/2025, com um incremento de 10% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 400,59 bilhões para o financiamento da agricultura e pecuária empresarial no Brasil. Este valor recorde visa apoiar tanto grandes quanto médios produtores rurais, incluindo aqueles enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).
Distribuição dos Recursos
Do montante disponibilizado, R$ 293,29 bilhões, um aumento de 8%, serão destinados ao custeio e comercialização. Outros R$ 107,3 bilhões, com um aumento significativo de 16,5%, serão alocados para investimentos no setor. As taxas de juros para custeio e comercialização para os produtores enquadrados no Pronamp estão fixadas em 8% ao ano. Para investimentos, essas taxas variam de 7% a 12% ao ano, conforme os diferentes programas de crédito.
Os recursos estão divididos entre R$ 189,09 bilhões com taxas de juros controladas, direcionados ao Pronamp, demais produtores e cooperativas, e R$ 211,5 bilhões com taxas livres. O programa Moderfrota, voltado à aquisição de máquinas agrícolas, oferece juros de 10,5% para produtores do Pronamp e de 11,5% para os demais. Já o programa Renovagro, focado na recuperação de pastagens e práticas agropecuárias sustentáveis, estabelece juros de 7%, mesma taxa aplicada ao financiamento para construção de armazéns de até 6 mil toneladas. Para armazéns maiores e outros financiamentos de produção sustentável, a taxa é de 8,5%. Modernizações em sistemas produtivos e agroindústrias de cooperativas terão juros de 11,5% ao ano.
Discurso do Presidente
Durante o lançamento, Lula destacou que seu governo e o de Dilma Rousseff implementaram os maiores Planos Safra da história do país, ressaltando o compromisso contínuo com o setor agropecuário. "Eu nunca pedi para nenhum empresário agradecimento. Eu faço por obrigação, porque sei da importância da agricultura brasileira e de vocês", afirmou o presidente. Ele também defendeu o papel do agronegócio na economia brasileira e criticou aqueles que subestimam o valor das commodities agrícolas exportadas.
Perspectiva do Ministério da Agricultura
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, apresentou um balanço de sua gestão à frente da pasta, mencionando a retomada de grandes investimentos, abertura de novos mercados, reabilitação de plantas frigoríficas e o fim do ciclo de vacinação contra febre aftosa. Ele reafirmou o compromisso do governo com o setor, independentemente de divergências políticas. “Estamos aqui trabalhando para fazer o Brasil dar certo. Estamos trabalhando para que a agropecuária continue sendo uma força na propulsão da agricultura brasileira”, pontuou Fávaro.
Enfoque na Sustentabilidade
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que o Plano Safra é alinhado ao plano de transformação ecológica do Brasil. “Esse Plano Safra é completamente aderente ao plano de transformação ecológica do Brasil. Financiar a juros baixos a recuperação de terra degradada e recolocar essa terra à serviço da produção é uma das principais demandas do mundo em relação ao Brasil”, explicou Haddad, enfatizando a importância das práticas agropecuárias ambientalmente sustentáveis.
Incremento nos Recursos
O novo ciclo do Plano Safra contará com R$ 36,37 bilhões a mais do que os valores destinados no ano anterior, quando foram operados R$ 364,22 bilhões. Adicionalmente, os produtores rurais terão acesso a mais R$ 108 bilhões em recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), para emissões de Cédulas do Produto Rural (CPR), complementando os incentivos do novo Plano Safra.
Plano Safra da Agricultura Familiar
Na manhã do mesmo dia, Lula também lançou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025, com R$ 76 bilhões destinados ao crédito rural no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O valor é 6,2% superior ao do ciclo anterior e representa o maior valor da série histórica.
O Plano Safra 2024/2025, com seu recorde de recursos, reafirma o compromisso do governo com o desenvolvimento e modernização do agronegócio brasileiro, abrangendo tanto a grande produção quanto a agricultura familiar, e promovendo práticas sustentáveis que atendem às expectativas globais.
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